📰 NEWSLETTER | A ERA DA WEB ESTÁ MUDANDO, E RÁPIDO
- ghenriquexavier
- 22 de jun.
- 3 min de leitura
📌 O que você precisa saber: o Google está lançando o "Modo IA", e isso pode mudar tudo que você conhece sobre a internet.

💥 A pergunta que ninguém quer fazer, mas todo mundo precisa: será que o Google está prestes a destruir a internet como a conhecemos?
Durante décadas, a web funcionou num acordo simples: sites produzem conteúdo, o Google indexa e, em troca, envia tráfego. Esse tráfego se transforma em cliques, visualizações, compras e, principalmente, dinheiro.
Mas essa engrenagem está balançando. E quem depende da web, criadores, empresas, usuários, já sente o impacto.
🤖 A nova era do Google: Modo IA
No palco da conferência anual de desenvolvedores, Sundar Pichai anunciou o Modo IA: uma revolução na forma como buscamos informações. Em vez de mostrar uma lista de links, o Google agora responde com um texto gerado por inteligência artificial.
É como se, ao perguntar algo, você não recebesse mais os caminhos… mas só a resposta final.
“É uma reinvenção completa da busca”, disse o CEO.
⚠️ O problema? A IA responde tão bem que você nem precisa clicar em mais nada.
Para os usuários, pode parecer ótimo. Para os criadores de conteúdo, é catastrófico. Afinal, se ninguém mais visita os sites, como sustentar o que está por trás da resposta da IA?
Especialistas apontam: os cliques já caíram até 70% com os “AI Overviews”, o resumo com IA lançado anteriormente. E o Modo IA pode amplificar isso.
🧱 A web que construímos está em risco
A “web aberta”, esse ecossistema vibrante de blogs, fóruns, resenhas, projetos independentes e comunidades pode desaparecer. Porque IA não lê por curiosidade. Não se perde em artigos. Não compartilha, não compra, não comenta.
“É como perguntar a um bibliotecário sobre um livro, e ele te dá um resumo em vez de deixar você folhear as páginas”, disse Gisele Navarro, do site HouseFresh.
📉 Impressões sobem. Cliques despencam. E o dinheiro vai sumindo.
Muitos sites estão vendo seus conteúdos aparecerem mais nas buscas, mas os cliques estão evaporando. Ou seja: a IA está usando essas informações para gerar respostas, mas o tráfego (e a receita) não volta para quem criou.
“Isso pode ser a diferença entre manter um negócio viável e fechar as portas”, alerta o especialista Barry Adams.
📈 O lado da Google
A empresa diz que está apenas “melhorando a experiência” e que continuará enviando bilhões de cliques. Mas até agora, não apresentou dados consistentes sobre isso. E ainda alterou suas políticas para que os sites, ao entrarem na busca, autorizem automaticamente o uso de seus conteúdos para treinar IA.
Para sair? Só excluindo tudo do Google.
🔮 O que vem por aí: a “web das máquinas”
Um cenário possível: sites feitos não mais para pessoas, mas para robôs. Modelos de IA consumindo conteúdos direto da fonte, sem precisar publicá-los para humanos verem.
E se isso acontecer?
A diversidade de fontes diminui.
A desinformação pode se espalhar com mais facilidade.
E o “clique” que sustentava a web? Desaparece.
📣 E agora, o que podemos fazer?
Muitos estão propondo soluções:
Licenciamento de conteúdo: grandes empresas estão sendo pagas para fornecer dados às IAs.
Bloqueios a rastreadores: empresas como a Cloudflare querem impedir que bots coletem dados sem pagar.
Pressão por novas regras: editores e organizações estão se unindo para questionar esse modelo.
Mas nada disso resolve de forma rápida ou ampla.
💔 Nostalgia de um tempo mais humano
Gisele Navarro lembra do site de fã do Queen que criou aos 10 anos. "Eu alimentava a web porque queria compartilhar. Era mágico. Quero acreditar que isso não acabou."
E talvez não tenha acabado mesmo.
“É uma crise que não deveríamos desperdiçar”, diz Cory Doctorow. “Se a Google vai mudar tudo, temos a chance de repensar o que a internet pode ser.”
🌐 A internet está mudando. A pergunta é: para onde ela vai, e quem vai com ela.
Disponívem em: <https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2ez7n7y1e2o>. Acesso em 20 de junho de 2025.
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